segunda-feira, 1 de maio de 2017

2 horas e 10 minutos


Ontem fizemos a nossa segunda meia maratona. A mesma prova do ano passado, mas com algumas alterações: novo patrocinador (Virgin Sports), temperatura muito mais amena (começou em 13 graus contra 25 do ano passado) e, pra nós, menos preparação. Não que a gente tenha parado de correr, continuamos firmes, mas é que esse ano não rolou ânimo para os treinos longos de 16 e 18km. Ano passado fizemos alguns assim intercalados com os treinos "normais" de 5 a 10km. Esse ano, o treino longo só foi sair uma semana antes. Chegamos a cogitar não fazer essa prova, mas nos 45 do segundo tempo decidimos ir. Orgulho? Desafio pessoal? Idiotice? Um pouco de tudo.

Pra mim, essa segunda meia maratona foi mais difícil do que a primeira. Acho que justamente porque eu sabia o quanto uma prova dessas exige e sabia que deveria ter me preparado melhor, minha cabeça estava contra mim. Tive que pensar quilômetro a quilômetro. Minhas coxas começaram a doer no km 6, aí eu pensei que seria humilhante não chegar nem ao 10, que estou tão acostumada. Depois, pensei que se chegasse até o 11 seria pelo menos mais que a metade. Aí rola um limbo do quilômetro 12 ao 18: tinha que arrumar distração pra não pensar na dor nas coxas. Dava high five em todas as crianças na torcida, pegava todas as garrafinhas de água e jujubas oferecidas, lia todas as placas.

Aí perto do km 16 avistei a ponta do Arcelor Mittal Orbit, que faz parte do final do percurso, e recuperei o ânimo. E aí chegamos nos 18 quilômetros. Bom, já não dava mais pra desistir! A partir do 19 começaram a aparecer as pessoas passando mal, deitadas na calçada e atendidas por para médicos (inclusive um rapaz abraçado num saco de gelo e com oxigênio), aí rola aquele medo do próximo ser você. Mas, como disse minha amiga Marina, se eu consegui prosseguir depois de ver uma moça na minha frente parar e vomitar Lucozade, então eu chegaria no fim.

O problema do quilômetro final é que ele é longo demais. Não tem apenas um quilômetro nem a pau. Aliás, não tem mesmo: tanto ano passado quanto esse ano o meu relógio marcou 21.370km de distância. 370 metros pode não parecer muita coisa pra quem corre 21km, mas deixa eu te contar: é coisa pacas.

Enfim cruzamos a linha de chegada (em 2 horas e 10 minutos, 5 minutos mais rápidos do que ano passado!), Martin um pouquinho mais inteiro do que eu, ao contrário do ano passado. A dor nas coxas era tanta que depois eu mal consegui dobrar as pernas pra sentar (já estou melhor!). Depois ele me falou que começou a sentir o pé também na primeira metade do percurso, e que se piorasse iria parar (obviamente, não piorou, ele também já está bem).

Algumas observações sobre o percurso esse ano: apesar de ter muitos pontos de distribuição de água, quase não tinha Lucozade, o que pra mim fez MUITA falta. Dessa vez, o Lucozade só apareceu no quilômetro 12, e em um copinho em vez da garrafa inteira. Ou seja, horrível pra carregar, eu fiz uma lambança. Outra coisa, que foi ainda pior: as ladeiras. Muitas subidas, algumas daquelas bem sutis mas muito longas. Outras mais escancaradas e mais curtas. Teve uma assim nos quilômetros finais, eu lembro de olhar de longe e ficar realmente brava, falei pra mim mesma "fucking hell" e um cara correndo ao meu lado naquele momento, respondeu "exactly".

Eu não sei se faremos uma meia maratona novamente, as provas de 10km são muito mais prazerosas. Mas acabamos descobrindo que em 2018 vai acontecer uma meia que começa na Tower Bridge e termina aqui perto de casa, no Cutty Sark, o que é mega conveniente (juro, fazer prova perto de casa faz toda a diferença). Enfim, veremos.

E, por fim, o videozinho que o Martin fez! Pois é, o doido resolveu levar a GoPro (carregou a dita cuja na mão os 21 quilômetros, tô fora), e no fim deu um material legal. Fora as minha caretas e e branquitude quase-desmaio na linha dechegada, ficou legal. Aproveitem e assinem o canal dele, onde ficam os nossos vídeos de viagem e os vlogs que ele faz eventualmente.

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